Uma trégua mediada pelo
Egito entre Israel e grupos militantes da Faixa de Gaza entrou em vigor nesta
terça-feira, após quatro dias de violência em que 25 palestinos foram mortos e
200 foguetes foram disparados contra Israel.

O número de foguetes disparados diminuiu drasticamente após a
entrada em vigor do cessar-fogo, durante a madrugada. Os militares israelenses
disseram que três incidentes foram registrados, sem vítimas, e que não houve
bombardeios aéreos israelenses contra a Faixa de Gaza.
Tréguas em confrontos anteriores demoraram a
"pegar", só se tornando plenamente efetivas após um ou dois dias.
Uma fonte graduada do governo egípcio disse à Reuters por
telefone, do Cairo, que ambos os lados "concordaram em suspender as atuais
operações", sendo que Israel concordou em "parar os
assassinatos" de militantes. Esse funcionário de segurança acrescentou que
o objetivo da trégua é "iniciar uma calma abrangente e mútua".
Potências e entidades mundiais, como Organização das Nações
Unidas, Estados Unidos, União Europeia, França e Liga Árabe, haviam feito um
apelo para que ambos os lados tivessem moderação.
A liderança do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, ficou
distante do confronto e parecia ansiosa para evitar um conflito maior com
Israel.
"Esperamos que esse cessar-fogo continue, mas não
podemos ter certeza, então nossas forças ... estão prontas para continuar se
isso acabar sendo necessário", disse a repórteres o ministro da Defesa
israelense, Ehud Barak, durante visita ao sul de Israel.
"Foi uma rodada bem-sucedida", disse ele, citando a
morte de 20 militantes entre os 25 palestinos mortos nos ataques israelenses e
o que ele denominou de "impressionantemente eficaz" sistema de
interceptação de foguetes "Cúpula de Ferro".
"Se Israel está comprometido com o acordo, nós também
estaremos comprometidos com isso", disse Khaled al-Batsh, um líder sênior
da Jihad Islâmica que, juntamente aos Comitês de Resistência Popular, foi mais
ativa na luta.
Amos Gilad, alto funcionário do Ministério da Defesa, disse
que Israel se reserva o direito de realizar "ações preventivas" se
suspeitar que há militantes preparando novos ataques. Mas, afirmou ele à Rádio
do Exército, "se houver calma da parte deles, haverá calma da nossa
parte".
A violência na região, a pior em vários meses, começou na
sexta-feira, quando Israel matou um militante acusado de tramar um ataque
contra o território israelense a partir do Egito.
Israel diz que desde então os militantes de Gaza já lançaram
cerca de 200 foguetes contra suas cidades e vilarejos do sul, ferindo oito
israelenses. Muitos foguetes, no entanto, foram neutralizados pelo sistema
antimísseis "Cúpula de Ferro".
Mas há pouco entusiasmo na opinião pública israelense por uma
campanha militar prolongada, que evocaria a guerra de 2008-2009 na Faixa de
Gaza, que resultou na morte de 1.400 palestinos e 13 israelenses.
Fontes médicas disseram que 20 dos palestinos mortos desde
sexta-feira em Gaza eram militantes, e os outros cinco eram civis.
Pelo menos 80 palestinos, a maioria civis, ficaram feridos
pelos confrontos, que alteraram o cotidiano do sul de Israel, levando ao
fechamento de escolas e retendo centenas de milhares de pessoas em suas casas.
A Faixa de Gaza, habitada por 1,7 milhão de palestinos,
esteve sob ocupação israelense entre 1967 e 2005, e continua sob bloqueio de
Israel. Surtos de violência envolvendo Israel e as facções militantes são
frequentes nos últimos anos, mas geralmente não duram mais do que uma semana.
Por Nidal al-Mughrabi
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