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terça-feira, 13 de março de 2012

Teixeira deixa presidência da CBF após 23 anos

Nome forte do futebol brasileiro há 23 anos, Ricardo Teixeira renunciou à presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Organizador Local (COL) da Copa do Mundo de 2014.

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O anúncio foi feito em carta enviada à entidade que lidera o futebol brasileiro divulgada nesta segunda-feira, e vem em um momento de atritos entre governo e Fifa sobre os preparativos do Brasil para sediar a Copa do Mundo de 2014.

"Deixo definitivamente a presidência da CBF com a sensação de dever cumprido", escreveu Teixeira, de 64 anos, em carta lida por José Maria Marin, ex-vice-presidente da confederação para a Região Sudeste, que assumira temporariamente a entidade com a licença de Teixeira anunciada na quinta-feira e agora passa a chefiar oficialmente a CBF até 2015.

"Presidir paixões não é uma tarefa fácil em nosso país. Futebol é associado a duas imagens: talento e desorganização. Quando ganhamos exaltam o talento, quando perdemos, a desorganização. Fiz o que estava ao meu alcance, renunciei à saúde. Fui criticado nas derrotas e subvalorizado nas vitórias", acrescentou Teixeira, que assumiu o cargo em 1989.

Marin ficará no comando da CBF, em princípio, até o fim do mandato atual em 2015. O dirigente, de 79 anos, também presidirá o Comitê Organizador Local (COL) da Copa de 2014.

A renúncia de Teixeira foi comemorada pelo ex-jogador Romário, que se tornou desafeto do agora ex-dirigente desde que assumiu uma cadeira de deputado pelo PSB do Rio de Janeiro.

"Hoje podemos comemorar. Exterminamos um câncer do futebol brasileiro. Finalmente, Ricardo Teixeira renunciou à presidência da CBF", disse o ex-jogador em sua conta no site de relacionamento Facebook.
O ex-jogador, campeão mundial com a seleção em 1994, aproveitou para alfinetar Marin, lembrando o episódio em que foi flagrado colocando no bolso uma medalha durante a cerimônia de premiação da Copa São Paulo de Futebol Júnior, vencida pelo Corinthians.

"Espero que o novo presidente... o que furtou a medalha do jogador do Corinthians na Copa São Paulo de Juniores, não faça daquele ato uma constante na confederação. Senão, teremos que exterminar a Aids também."
Pelo estatuto da entidade, em caso de licença por tempo determinado, Teixeira poderia escolher um dos cinco vice-presidentes regionais da entidade. Mas, em caso de vacância permanente, o estatuto determina que o vice presidente mais velho assuma, no caso Marin.

Marin, no entanto, está longe de ser unanimidade entre as federações estaduais, o que pode levar à convocação de eleições para a escolha de um novo presidente da entidade.

Em sua primeira entrevista coletiva como presidente da CBF, Marin, que governou São Paulo por 10 meses no início dos anos 1980 durante o Regime Militar, prometeu dar continuidade ao trabalho de Teixeira à frente da CBF e revelou que rejeitou um pedido de demissão coletiva de todos os diretores da CBF após a renúncia de Teixeira.

"Vou dar continuidade a uma gestão respeitada em todo o mundo. Se eles são da confiança de Ricardo Teixeira, são da minha confiança também e pedi que continuassem", disse.

O novo chefe da CBF e do COL também minimizou o episódio das medalhas na final da Copa São Paulo. "Foi uma cortesia da FPF (Federação Paulista de Futebol). Isso é uma verdadeira piada", disse.

O Ministério do Esporte divulgou nota curta sobre a troca de comando na CBF. No comunicado, o titular da pasta, Aldo Rebelo, se limita a dizer que o ministério segue comprometido em trabalhar em conjunto com o COL para a realização da Copa.

"Seguiremos trabalhando em harmonia para o êxito das tarefas comuns necessárias ao sucesso do evento", afirma a nota do ministério.
Lateral-esquerdo da seleção nas Copas de 1982 e 1986, Júnior comentou a saída de Teixeira e disse esperar que os clubes sejam mais valorizados na nova gestão da entidade. "Os clubes neste período ficaram mais enfraquecidos porque faltou uma tutela da CBF", afirmou ele à Reuters.  





Por Rodrigo Viga Gaier
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