A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que
cabe ao Ministério da Fazenda cuidar da caderneta de poupança, procurando se
desvencilhar de um assunto polêmico que poderá ter que enfrentar em breve.
"Isso é da área do
ministro da Fazenda (Guido Mantega), em consulta com o Banco Central, isso não
é uma área sobre a qual eu me posiciono", afirmou a presidente ao
participar de evento no Itamaraty.
Há expectativas no mercado
de que as regras da aplicação podem ser mudadas para ajudar a Selic -hoje em 9
por cento ao ano- a cair ainda mais. Isso é importante porque, com a taxa
básica de juros do país em queda, tirando a atratividade das aplicações em
renda fixa, muitos aplicadores podem migrar para a poupança, cuja remuneração é
fixada em 0,50 por cento ao mês, mais a variação da Taxa Referencial.
Se esse movimento ocorrer,
pode trazer distorções nos mercados, até mesmo para o Tesouro fazer emissões
com base na Selic. Na quarta-feira, o Banco Central reduziu a taxa em 0,75
ponto percentual e deixou a porta aberta para mais cortes. A Selic abaixo de 9
por cento, segundo especialistas, pode deixar a poupança mais atrativa.
Na véspera, o ministro da
Fazenda, Guido Mantega, disse simplesmente que a Selic no patamar atual não é
um problema para a poupança.
Dilma voltou a dizer ainda
que é difícil justificar os spreads bancários -diferença entre o custo de
captação dos bancos e a taxa efetivamente cobrada aos consumidores finais- tão
elevados no Brasil, diante do que ocorre no mundo.
"Eu acredito que o
Brasil tem de buscar um patamar de juros similar ao praticado
internacionalmente. Tecnicamente, fica muito difícil o Brasil, diante do que
ocorre no mundo, justificar spreads tão elevados" afirmou a presidente.
Por Ana Flor
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