Os acionistas da Olympus aprovaram a composição do novo
conselho de administração da empresa nesta sexta-feira, na esperança de um
recomeço para a fabricante de câmeras e aparelhos médicos que ocultou 1,7
bilhão de dólares em perdas com investimentos, causando o maior escândalo das
últimas décadas entre as grandes companhias japonesas.

Em uma assembleia geral de
acionistas que teve momentos de tumulto, em um hotel em Tóquio, investidores
institucionais japoneses, credores e fornecedores da Olympus votaram para
aprovar a nova diretoria e cinco anos de contas corrigidas submetidas pela
empresa.
O ex-presidente-executivo
britânico da companhia, cuja demissão seis meses atrás foi o estopim para a
revelação do escândalo contábil, anunciou que pode solicitar a anulação da
votação, porque executivos da empresa se recusaram a explicar o motivo de sua
demissão, supostamente por "má administração". Michael Woodford abriu
um processo contra sua antiga empregadora no Reino Unido.
Embora a Olympus espere
que a votação tenha deixado para trás um escândalo que resultou em queda de
mais de 4 bilhões de dólares em seu valor de mercado, Woodford e investidores
estrangeiros que detêm entre 25 e 30 por cento da empresa, querem mudar a
cultura profundamente enraizada de participações acionárias cruzadas e
relacionamentos estreitos entre bancos e conselhos.
O novo presidente será
Hiroyuki Sasa, veterano com 30 anos de Olympus, enquanto o novo presidente do
conselho será Yasuyuki Kimoto, 63, ex-executivo do Sumitomo Mitsui Financial
Group (SMFG), principal credor da companhia, com 2,8 bilhões de dólares a
receber, e detentor de 3,4 por cento de suas ações.
Grandes credores como o
SMFG e o Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFG) costumam estar entre os
principais investidores de companhias japonesas, o que lhes dá influência nas
decisões dos conselhos -esses relacionamentos estreitos foram elogiados pelos
acionistas que chegavam à assembleia.
"Os bancos estão
lá... e ajudarão em termos de capital", disse Eiichi Suzuki, 60, à
Reuters. "A companhia já tem tecnologia de primeiro nível, basta consertar
a gestão".
Sasa disse que sua missão
é "reparar os danos à marca e reconquistar a confiança o mais rápido
possível".
Por Tim Kelly e Yoko
Kubota
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