Capitania revogou portaria que reduzia o calado do berço de
atracação e restringia a operação de embarcações de médio e grande porte

O cais de Antonina:
dragagem emergencial foi decisiva
Depois de 58 dias, o Porto de Antonina voltou a movimentar cargas. Desde o dia
20 de fevereiro, a autarquia não recebia embarcações em função de uma portaria
da Capitania dos Portos do Paraná que reduziu o calado (parte submersa do
navio) do berço de atracação de 7,1 metros para 6 metros. A medida restringiu
a entrada de embarcações de médio e grande porte. Com a reversão da portaria,
na última quarta-feira, um navio de bandeira da Lituânia atracou em Antonina
com 22 mil toneladas de fertilizantes. Outras sete embarcações estão previstas
para descarregar nos próximos 10 dias.
A retomada das atividades foi possível em função do trabalho de
dragagem emergencial realizado pelo terminal privado da Ponta do Félix. A
empresa possui uma draga de pequeno porte, que retirou sedimentos do berço de
atracação nos últimos 10 dias. Informações levantadas pela reportagem dão conta
de que pressão política também contribui para reabertura, já que a restrição
aos navios estava trazendo prejuízos para o município.
Para o presidente do Sindicato dos Estivadores de Antonina, Jean
Rodrigues da Veiga, a reabertura do Porto trouxe alívio para os trabalhadores
e a população local. No período de paralisação, muitos estivadores estavam
vivendo de “bicos”. “Se não houvesse solução agora o pessoal seria demitido”,
diz o dirigente da entidade, de 150 associados.
O período sem navios que levou a movimentação de cargas a zero deve
prejudicar os bons índices que o Porto obteve recentemente. No ano passado,
Antonina registrou média de 10 navios por mês, fazendo com que a carga
movimentada em importações e exportações fosse a maior desde 2007. O principal
produto que passa pelos terminais da autarquia é o fertilizante, sempre
importado em grandes quantidades.
Dragagem
Apesar da retomada do fluxo de navios, segundo as empresas e entidades
que operam na autarquia, ainda é necessário realizar a dragagem emergencial nos
pontos críticos do Canal da Galheta para evitar novo rebaixamento. O último
serviço do gênero em Antonina foi em 2002, quando o calada alcançava 15 metros
na maré alta.
A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) anunciou
que contratou a empresa DTA Engenharia, vencedora da licitação, para o serviço.
A empresa tem 45 dias para mobilizar o equipamento e iniciar o trabalho. O
serviço vai custar cerca de R$ 37 milhões e tem duração prevista de seis meses.
A Gazeta do Povo tentou ouvir a Capitania dos Portos de Paraná. O
supervisor em serviço, que não quis se identificar, disse que o responsável só
estaria à disposição hoje. A reportagem também deixou recado com o terminal
privado da Ponta do Félix, já que o porta-voz estava em reunião, mas não obteve
retorno até o fechamento desta edição. A empresa Paranaguá Pilots, responsável
pelos de serviços de praticagem no Porto de Antonina, não atendeu as ligações.
Por Carlos Guimarães
Filho |Colaborou Oswaldo
Eustáquio
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