Um servidor da Receita Federal e um despachante foram
presos na capital. A Operação Navio Fantasma é desencadeada no Paraná, São
Paulo e Rio de Janeiro
Um servidor da Receita Federal
e um despachante foram presos em Curitiba, na
manhã desta quinta-feira (15), suspeitos de participar de uma quadrilha que
importava mercadorias sem pagar impostos. A organização criminosa atuava em
portos e aeroportos em São Paulo, no Rio de Janeiro e no Paraná. Ao todo, 20 pessoas
foram presas nos três estados durante a Operação Navio Fantasma desencadeada
pela Polícia Federal e pela Receita Federal.
A Polícia Federal informou que o técnico da Receita
auxiliava a fraude na importação ao facilitar as liberações das mercadorias. O
nome dele não foi divulgado.
No Paraná, os suspeitos utilizavam o Aeroporto Internacional Afonso Pena,
em São José dos Pinhais, na região
metropolitana de Curitiba, no
golpe. As mercadorias eram enviadas do exterior para o Afonso Pena e deveriam
seguir para o Porto de Santos,
onde seriam taxadas. Os itens contrabandeados não chegavam ao porto e eram
distribuídas em São Paulo.
A Receita Federal estima que a fraude seja de mais de US$
50 milhões. As investigações começaram em janeiro do ano passado, segundo a PF,
após a Alfândega de Santos, no litoral de São Paulo, ter percebido que
mercadorias importadas supostamente encaminhadas para aquele local não chegavam
para o desembaraço. A PF estima que a organização criminosa tenha movimentado
cerca de 220 toneladas de mercadorias.
De acordo com a PF, a quadrilha importava mercadorias que
declarava para o fisco como sendo de baixo valor agregado, como partes e peças
para manutenção de navios atracados no Porto de Santos, porém, na verdade
importava tablets de marca renomada, telefones celulares, relógios e armações
de óculos de grife. O grupo também importava irregularmente mercadoria de
importação controlada, como equipamentos médicos e munição.
A Operação Navio Fantasma foi chefiada pela Polícia
Federal de São Paulo. Uma coletiva de imprensa será realizada naquele estado
nesta tarde, às 14 horas, e novas informações devem ser divulgadas.
A regional Curitiba da Receita Federal informou que irá
se pronunciar sobre o caso somente após a coletiva em São Paulo.
Números da operação
A Operação Navio Fantasma contou com a participação de 60
servidores da Receita Federal e 200 policiais federais.
Em Curitiba, 14 policiais e seis servidores da Receita
desencadearam a operação. Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Ao todo, 20 mandados de prisão e 42 mandados de busca e
apreensão foram cumpridos. No estado de São Paulo, duas pessoas foram presas na
capital, nove em Santos, uma em Sorocaba e uma em Campinas. Cinco pessoas foram
detidas no Rio de Janeiro e duas em Curitiba, no Paraná.
Entre os presos nos três estados estão cinco servidores
da Receita Federal, empresários, "laranjas" e despachantes
aduaneiros, segundo a PF. A Justiça Federal em Santos decretou o sequestro de
bens e o bloqueio de recursos financeiros dos suspeitos. Foi realizada a
apreensão judicial de cargas já retidas pela Receita Federal no decorrer da
investigação.
Por Fernanda Leitóles, com
Agência Estado
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