Turdi cuidou do atual presidente dos EUA durante dois
anos.
Ela acredita que o pequeno Obama sabia quem ela realmente era.
Ela acredita que o pequeno Obama sabia quem ela realmente era.

Evie, ou Turdi, ex-babá do presidente americano Barack Obama,
em 27 de janeiro
na entrada de seu quarto em um cortiço de Jacarta,
na Indonésia. (Foto: Dita
Alangkara/AP)
Turdi, o transexual que durante anos foi babá de Barack
Obama na Indonésia, hoje sonha em rever seu "pequeno Barry", que
descreve como um menino bom e tolerante que evitava julgá-lo.
Turdi nasceu homem, mas sempre se considerou mulher e os
amigos a chamavam de "Evie". Mas hoje, aos 66 anos, prefere se vestir
com roupa masculina por medo de sofrer agressões, disse à France Presse.
Durante dois anos - 1970 e 1971 - Turdi foi contratado
pelos Obama na Indonésia, onde a mãe do futuro presidente dos Estados Unidos,
Ann Dunham, morou com o novo marido, o indonésio Lolo Soetoro.
"Barry", como era chamado o pequeno Barack,
tinha oito anos quando sua família contratou Turdi como cozinheiro e babá. Ele
ou ela fazia as compras da casa e até costurou os vestidos de grávida antes do
nascimento de Maya, irmã do presidente.

Moradores antigos de Menteng, a vizinhança na qual Obama cresceu,
confirmaram que Turdi trabalhou com a família por dois anos,
cuidando também de
sua irmã Maya. (Foto: Dita Alangkara/AP)
"Penso que ela (Ann Dunham) sabia quem eu era
realmente. Quando cortava o cabelo curto ela me dizia: 'fica melhor com ele nos
ombros", conta Turdi.
Os Obama "sempre me trataram como um membro da
família", incluindo Barak, revelou Turdi, que após sair do trabalho na
casa em Jacarta colocava salto alto e vestido para se transformar em Evie.
"Me sentia livre de uma prisão quando estava vestida de mulher".
"Sempre mantive uma aparência masculina diante de
Barry. Ele era muito jovem para conhecer nosso mundo (...) mas acredito que
sabia como eu era, apenas fingia que não".
"Era curioso e queria saber de tudo, mas jamais me
fez perguntas sobre isto e sempre me tratou normalmente. Barry não discriminava
ninguém. Era amigo de todo mundo. Uma criança boa, que ria e brincava
muito".
"Tinha um bom humor que perdia raramente, mesmo
quando era provocado pelos colegas de classe", revelou Trudi. "Quando
ia pegá-lo no colégio, seus amigos gritavam: Banci! Banci!' (travesti). Mas ele
ignorava e dizia para irmos para casa".
Após a partida da família de Obama, Turdi se prostituiu
nos bairros "vermelhos" de Jacarta, mas depois de incessantes
agressões no maior país muçulmano do planeta, deixou a vida de travesti.
Hoje Turdi vive em um pequeno quarto sem janelas, alugado
em uma favela, e sobrevive lavando a roupa dos vizinhos, entre eles muitos
transexuais.
"Não espero nada dele", revela Turdi, que não
viu Obama quando o presidente visitou a Indonésia em 2010 e 2011.
"É impossível que ele venha aqui me ver, e viajar
aos Estados Unidos só em sonho, mas realmente gostaria de vê-lo, apenas isto.
Se o Barry que conheci ainda é o mesmo, estou certo de que me aceitará como
sou, transexual ou não".
Da AFP
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